Capacete e o Papagaio-de-Vintém: tradição que faltou ao tricolor.
Ao entrar em campo vestindo seu uniforme branco (o chamado
#2), o Fluminense demonstrou total falta de sintonia com a data centenária do
clássico, chegando a ser desrespeitoso com a própria história do FLAXFLU.
No campo do Borogodó este tema já foi visto, e conforme
adverti em “Virou Todo Mundo Japonês!”, a questão simbólica envolvendo o uniforme dos clubes e das seleções nacionais merece mais
atenção da parte de todos.
Senhores, o que deu na diretoria tricolor – mandante da partida de
Domingo – para ordenar que o time fosse a campo em brancas cores? Inclusive nas
preliminares, quando a velha-guarda rubro-negra trajou o tal Papagaio de Vintém,
indumentária com a qual se apresentara no primeiro FLAXFLU, em 1912, numa
demonstração bonita do espírito esportivo e do resgate às tradições que a festa
demandava.
Qualquer criança – e nas crianças podemos sempre confiar! -,
se instada a dar seu pitaco sobre o clássico, haverá de mencionar o colorido do
evento: a mistura de cores que ocupa as arquibancadas e desce até o campo pelo flamular das bandeiras em meio ao fumacê rubro-negro ou ao pó-de-arroz tricolor, emprestando
características expressionistas ao espetáculo futebolístico. Era isso que, ouso eu escrever, quiseram dizer Nelson Rodrigues e Mário Filho: que as multidões,
quando despertadas, vislumbraram, 45 minutos antes do nada, o colorido que
daria mais brilho à existência humana, corando o imaginário de todos nós em
preto e vermelho; em grená, verde e branco!
Falar de FLAXFLU é, por tudo isso, um enaltecimento à
própria cultura brasileira e à sua diversidade étnica. É também, o emblema
perene das classes sociais representadas em cada uma das agremiações,
manifestado na transversalidade das cores que simbolizam o espectro socioeconômico
nacional. O Flamengo, em envolventes faixas horizontais pretas e vermelhas como
as da pomba-gira, presente nos terreiros afro-brasileiros escondidos por nossa
hipócrita nação. E o Fluminense, com elegantes e longilíneas líneas de cores
tão aristocráticas como sua torcida, a começar pelo grená – do Francês,
grenat...
Pois toda esta pompa e circunstância foi menosprezada pelo
time de Laranjeiras; um passo mal dado que seria o prenúncio de um jogo cinza
como foi a tarde de ontem. Não fosse o filho único parido por Fred, logo no
início da peleja, e o grande clássico teria sido tão sem graça como o alvo da camisa tricolor. Ainda bem que o Flamengo não entrou de amarelo e azul – de Tabajara,
já basta o Joel...
Foto: Maurício Val/Vipcomm
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Isso está parecendo dor de cutuvelo! O Fluminense foi superior, e agora não importa se entrou de camisa essa ou aquela. Assim, algum flamenguista achou um defeito no clássico, e isso não interferiu no resultado que não poderia ser diferente. Agora, é pó-de-arroz nos olhos dos urubus. Saudações tricolores!!!
ResponderExcluirO Velho Lobão já dizia que "na verdade nada é o que parece ser", caro tricolor. Eu até esperava esse chilique de um incauto qualquer, mas não de uma douta Coruja como você.
ExcluirQual o quê, meu rei! O resultado foi o de menos, numa tarde em que o desapego às tradições do clássico falou mais alto: faltou camisa; faltou craque; faltou o Maracanã; faltou tudo! Mas se você ficou feliz com o futebol (ou com o resultado) do seu time, só posso parabenizá-lo!
Saudações rubro-negras, e parabéns pelo 1x0!